sexta-feira, 8 de maio de 2009

Os anónimos

Não vou furtar-me à ideia de felicidade, não apenas porque a minha vontade ainda esta no tabuleiro, mas também porque tenho ao longo dos anos pautado a minha vida na prática activa do vôo sem asas.

Neste rio que corre e contorna as pedras do seu curso, deslizam barcos em direcção ao perfume da chegada. Num clima intemporal ora seco, ora salpicado, vejo velas brancas içadas, remendadas e ao horizonte destinadas. Passam por mim indisfarçadamente e continuam o trajecto num mapa traçado nem sempre cumprido, a sirene por vezes não toca para aviso!
Elevam-se alguns anónimos que transpiram as suas cargas mas o pódio é “sol de pouca dura”, o esquecimento é sustentável pela falta de exercício e de repetição, a memória é falível e quando se faz um levantamento: “Quem eram os anónimos?”. Perderam-se de vista, não se vendem nas revistas, não se espremem em debates nem retiram audiências à concorrência!

Na argamassa das tendências, não quero passear e ser mais uma a olhar para a vitrina enfeitada por ilustres, famosos que sustentam montras suprairreais, fingidas e exageradamente mantidas. O artigo mais caro da montra é o que causa mais intriga, que suporta mais calúnias e que é alvo dos seguidores pontuais. Falem-me dos anónimos, exponham os anónimos!
Apressem antes de amanha a encarecer aquele que trabalha com as mãos e tem feito ferida. Isto faz-me sentido, tirem do palco quem representa! Dêm o palco a quem sabe e quer trabalhar!

É com subtis beliscões que me vou adaptando e reajustando para funções com formação nula mas que no funil ainda vou encontrando.
Mesmo que no caminho perca a faca, quero devorar a maça, ainda que seja com casca.

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